Após críticas a políticos tradicionais, Betini deixa PR e retorna ao manico PMB

Após tecer críticas em uma rede social a políticos tradicionais, alguns dos quais esteve envolvido há anos, o superintendente estadual do Ibama/MS (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), Dorival Betini decidiu abandonar o PR, do qual era vice-presidente, para retornar ao nanico PMB (Partido da Mulher Brasileira) , legenda que ajudou a fundar em Mato Grosso do Sul juntamente com a deputada estadual Mara Caseiro, hoje no PSDB. 

Betini, que é funcionário da Assembleia Legislativa licenciado, também deve pedir no fim do mês exoneração do cargo de superintendente estadual do Ibama.  

“Fui convidado pela presidência nacional do Partido da Mulher Brasileira a assumir o comando da agremiação, em Mato Grosso do Sul. Passamos os últimos meses analisando este convite e, após ouvir os companheiros, correligionários e amigos próximos, decidimos aceitar a proposta”, justificou. 

A solenidade de posse dele na presidência estadual do PMB já foi marcada para a sexta-feira desta semana (23), em Campo Grande. 

A presidente nacional, Suêd Haidar, empossará Betini e toda a diretoria executiva regional. Na mesma oportunidade, já como presidente do partido nanico, Betini e sua nova correligionária darão posse às diretorias provisórias do partido de diversos municípios, que estarão participando do encontro na Capital.

Betini sustenta que a troca de partido vem ao encontro do anseio da maioria absoluta dos companheiros e companheiras. 

“Estávamos em grande partido político, que ajudou a construir a história de Mato Grosso do Sul. Embora tivéssemos do presidente Londres Machado, a garantia de apoio à pré-candidatura ao Senado, havia a preocupação de que na hora do fechamento das futuras coligações, esta pré-candidatura poderia exigir esforço descomunal do PR. Para evitar qualquer tipo de desconforto e deixar o partido bastante à vontade para as prováveis alianças é que optamos em ingressar neste novo partido, com o aval de todos, e construir um novo projeto, o “Projeto do Bem” para o povo de Mato Grosso do Sul”, explica, segundo sua assessoria de imprensa. 

CRÍTICAS 

Indagado se por deixar o PR ficava alguma rusga entre ele e o presidente Londres, Betini afirmou que não há nenhum resquício sequer de desavença ou inimizade. 

Há dias, Betini detonou antigas raposas estaduais, ao dizer indiretamente em sua página no facebook que 

a classe política do Estado não houve a população em épocas  de campanhas eleitorais para sugerir propostas. 

Betini foi assessor parlamentar por muitos anos de Londres Machado (PR), recordista em mandatos na Assembleia – 11 no total, dos quais, 7 como presidente da Mesa Diretora. 

Ele também assessorou o deputado federal Geraldo Resende (MDB-MS) e teve passagem meteórica pelo gabinete da deputada estadual Grazielle Machado (PR), com quem não se adaptou. Também pediu votos para o então senador Delcídio do Amaral, expulso do PT e cassado do Senado. 

“Temos apresentado as nossas ideias para a população de Campo Grande e Mato Grosso do Sul, nessa pré-campanha, porque é interessante quando a gente sai ouvindo as pessoas, porque a classe política geralmente só fala, ela não da oportunidade para que as pessoas se manifestem, eu estou dando a oportunidade de ouvir as pessoas”, estocou em vídeo publicado em seu perfil. 

Além de dizer que a classe política não escuta o povo para elaborar seus projetos ao longo de mandatos eletivos, o bacharel em Direito sugeriu ao eleitor que dispense políticos tradicionais para dar lugar a pessoas novas interessadas em fazer o melhor para a população. 

“Eu tenho andado muito em nosso Estado e percebo uma vontade dos eleitores de terem opção de nomes, fugir dos nomes tradicionais que existem na política, pessoas que já foram vereador, prefeito, deputado estadual e deputado federal, governador e senador voltando de novo, colocando os nomes à apreciação da população. Penso que essas pessoas já contribuíram pro nosso Estado, pro nosso país. Penso que temos que ter uma rotatividade no poder, oxigenar os nossos poderes, tanto Legislativo quanto Executivo,  e vejo que agora é a oportunidade das pessoas realmente exercitarem isso através do voto, dar oportunidade pra pessoas novas, que nunca tiveram mandato e que têm vontade de prestar serviço pro nosso pais e nosso Estado, e nesse sentido a gente se coloca como pré-candidato ao Senado”, aconselhou.. 

ALIANÇA  

Apesar de deixar o grupo de Londres, Betini minimiza o rompimento dizendo que há interesse em se aliar aos ex-companheiros. 

“Continuamos com a mesma postura, de respeito, trabalho institucional e de amizade com o ex-deputado Londres e com todos os amigos e amigas do PR. Aliás, também não descartamos aliança com o próprio PR. Vamos começar esta construção de coligações a partir do momento em que assumirmos o comando do PMB em nosso Estado”, confidencia Betini.

A notícia da troca de partido “caiu como uma bomba” no cenário político da Capital e em todas as regiões do Estado, onde Betini sempre articulou as ações e intervenções políticas do PR, sob a tutela do então deputado Londres Machado. 

“Estou chocado. Isso não é verdade” disse um líder politico da região sul de MS ao saber da notícia na manhã de quinta-feira. Porém, logo após, ao analisar o cenário político estadual, a mesma pessoa afirmou que Betini estava correto em sua decisão e, prontamente, se colocou à disposição para ajuda-lo no novo projeto.

“Realmente, no PMB, Betini que já é pré-candidato ao Senado, poderá confirmar sua candidatura. Aliás, assim não terá nenhum medo de ter o projeto interrompido”, foram os breves comentários que mais circularam nos meios políticos de Dourados e região. “Agora, vamos ampliar o projeto, tendo não só candidato ao Senado, mas também candidatos para deputado federal e estadual. E já estamos construindo esta nova realidade”, resumiu o pré-candidato ainda segundo release distribuído por sua assessoria de imprensa.