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Dois senadores deixam CPI da JBS após escolha de Carlos Marun como relator

Ricardo Ferraço (PSDB) e Otto Alencar (PSD) criticaram escolha de aliado de Temer alegando que CPI é uma 'farsa' e fará investigação 'parcial'.

13/09/2017 - 06h18

G1

O senador Otto Alencar (PSD-BA) (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado))

Os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Otto Alencar (PSD-BA) deixaram ontem (12) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS após o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) ser escolhido relator dos trabalhos da CPMI.


Marun integra a chamada "tropa de choque" do presidente Michel Temer no Congresso Nacional.

Para Otto Alencar, CPI virou uma "farsa" com "jogo combinado". Na avaliação de Ferraço, a escolha de um aliado de Temer para a relatoria mostra ser "evidente" que a comissão terá investigação "parcial".


"As evidências são de que essa CPI não quer investigar coisa alguma. Essa CPI quer fazer acerto de contas. Existem crimes gravíssimos que precisam ser investigados com firmeza, rigor, mas com imparcialidade e isenção. Na medida que você coloca chefe de tropa de choque para fazer isso ou aquilo, fica evidente que essa será uma investigação parcial e eu não participo disse, por isso pedi o afastamento", disse Ferraço ao explicar a saída.


A CPMI foi instalada na semana passada e terá como foco investigações sobre empréstimos obtidos pelo grupo J&F, que controla a JBS, junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).


O que diz Marun


Marun disse não se sentir constrangido em ser o relator da CPMI pelo fato de ser aliado de Michel Temer

O presidente passou a ser investigado no Supremo Tribunal Federal após os delatores da J&F entregarem informações sobre ele ao Ministério Público Federal - Temer nega todas as acusações.


A jornalistas, Marun afirmou não querer a "espetacularização" da CPI nem a transformação dos trabalhos da comissão em "palanque eleitoral".


"Se a minha nomeação como relator gerou descontentamento, espero que minha atuação não produza descontentamento. A atitude do senador Ferraço é uma atitude tão baixa. O senador Ferraço não me conhece como eu não o conheço. Eu gostaria de saber qual é a atitude que eu tomei fora da legalidade, fora da retidão [...] Se for por questão de honestidade, eu posso dar aula ao senador Ferraço", disse.


"Ele [Ferraço] pode ser no máximo tão honesto quanto eu. Mais honesto que eu ele não é. Sua atitude é indigna de quem se diz democrata [...]. Esse tipo de gente acaba não fazendo falta em uma CPI na qual é exigida coragem", acrescentou.


Otto Alencar


Em meio à sessão desta da CPI, o senador Otto Alencar (PSD-BA) deixou o plenário criticando o encontro do presidente da comissão, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), com Michel Temer no último sábado (9), no palácio do Jaburu.


Ao deixar a sala da reunião, Otto Alencar bateu a porta da sala com força. Ataídes lamentou a atitude do colega e afirmou que, na reunião que teve com Temer, não tratou de CPMI da JBS, somente de obras de uma estrada no estado de Tocantins.

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