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PF prende 20 em operação contra fraudes na saúde do RJ

Investigações apontam esquema altamente organizado de fraudes em contratos para compra de material médico-hospitalar 

04/07/2018 - 14h48

R7

Agentes da PF cumprem 22 mandados de prisão e 44 mandados busca e apreensão (Foto: Marivaldo Oliveira/Estadão Conteúdo)

A Operação Ressonância já cumpriu 20 mandados de prisão no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Segundo a Polícia Federal, somente na capital fluminense foram 12 pessoas presas. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos estados já citados, na Paraíba e no Distrito Federal.


Durante a ação, os agentes da PF apreenderam documentos, mídias e pequena quantidade de moeda estrangeira.


A operação foi iniciada na manhã desta quarta-feira (4) com objetivo de aprofundar as investigações sobre contratos firmados entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e o Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad). Este é mais um desdobramento da Lava Jato que se debruça sobre a saúde pública do Rio.


Em abril de 2017, a operação Fatura Exposta expôs um esquema de corrupção que levou empresários e o ex-secretário de saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, à prisão. Delatores presos nesta primeira etapa mencionaram fraudes nos contratos do Into.


Segundo as investigações, um cartel de 33 empresas fornecedoras de material médico-hospitalar atuou no instituto entre os anos de 1996 e 2017, algumas delas como laranjas das demais. As companhias são acusadas dos crimes de formação de cartel, corrupção, fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro.


“O núcleo operacional da organização criminosa era formado por funcionários de confiança da empresa Oscar Iskin. Eles eram responsáveis por fazer a ligação entre o setor público (núcleo administrativo-político) e os empresários cartelizados (núcleo econômico) para direcionar as demandas públicas (insumos médicos a serem adquiridos e cotação de preços fraudadas) e as contratações, mediante a desclassificação ilícita de concorrentes que não faziam parte do cartel”, diz o MPRJ (MInistério Público do Rio de Janeiro).


As vantagens seriam compradas com propinas milionárias, custeadas pelo pagamento de comissões no exterior ou por meio do recolhimento de valores entre 10% e 13% dos contratos firmados pelas empresas do cartel – estratégia que gerava um “grande caixa de propina” de forma a retroalimentar o sistema e permitir a sua hegemonia no mercado da saúde pública durante uma década.


Para o recebimento dos valores, uma rede complexa de lavagem de dinheiro foi montada, utilizando-se de offshores em diversos países e empresas no Brasil.

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