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Vereador garante o voto de cabresto?

11/08/2017 - 09h25

Manoel Afonso

PODEROSA  “Nós fomos namorados” – esclareceu a mulher do prefeito - curioso pela conversa dela com um pedreiro. Irônico, o marido  disparou: “não sei se percebeu sua tamanha sorte. Sem eu - hoje você seria a mulher de um simples pedreiro.”  Na lata ela contestou: “ De jeito nenhum; se tivéssemos casado, hoje ele seria o prefeito.”


A PIADA de origem judia retrata bem o papel da mulher do político, notadamente em cargos majoritários. Algumas são fantásticas em carisma ou preparo - a ponto de fazer sombra ao marido; outras não têm o perfil de protagonistas, preferem se recolher  na discrição e não atrapalham. Passam despercebidas pelo mandato. Melhor assim.


CALMA! Não há como ignorar o estilo do deputado estadual Paulo Siufi (PMDB). Sua opção pela autenticidade é positiva aos olhos da opinião pública, mas prejudica sua saúde. Na sessão de terça-feira lembrei-lhe: “Pega leve, desse jeito não há coração que aguente”. Ele prometeu tentar. Sei não...


HAJA OUVIDO!  Imagino o teor e o número das broncas da população que devem chegar à Ouvidoria da prefeitura da nossa capital.  Iniciativa  da gestão  que acompanha a evolução tecnológica através de aplicativo no celular. Eu pretendo testar  brevemente a eficiência da Ouvidoria Geral comandada pelo Tony Ueno. Depois conto.


BAGAGEM Pesa no exercício do mandato. A atuação do senador Pedro Chaves (PSC)  como relator no Senado da nova lei do Ensino Médio ensejou notável mudança na estrutura educacional. O preparo do senador me faz lembrar a justificativa do ex-deputado Londres Machado (PR) por não tentar um mandato em Brasília.: “para ter sucesso lá é preciso ser especialista em algum segmento profissional”.


CRUZ CREDO É preciso resguardar as fontes para preservar inclusive as amizades de longo tempo como jornalista político. Perguntado sobre o cenário político de nosso Estado  em face das notícias exibidas na mídia, um poderoso ex-deputado estadual bateu pausadamente em nosso ombro e confidenciou: “Vocês não viram nada. O pior está por vir”.  


SÓ PALAVRAS? No concurso para funcionários da Assembleia Legislativa foram reservadas cotas para as minorias sociais. Os deputados do PT exploram politicamente o fato, mas pergunto: será que ao assumir o mandato eles deram o exemplo contratando assessores  junto as minorias que eles defendem na tribuna? Perguntar não ofende, né? 


ENCOLHIDO ou acovardado? Mesmo com 4 ministros tucanos, o PSDB continua o mesmo em matéria de decisão e coerência. Dos 48 deputados federais só 22 votaram a favor do  presidente Temer, 21 contra e 4 nem compareceram. Vejam: dos 12 deputados federais tucanos de São Paulo, 11 votaram contra Temer. E agora?


A EXPLICAÇÃO é simples; há uma guerra declarada pela candidatura ao Planalto em 2018. Os tucanos paulistas querem o senador Tasso Jeressaiti (PSDB) substituindo o senador Aécio Neves (PSDB) na presidência do partido. Tasso é visto como aliado dos paulistas com duas cartas na manga: o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Dória, ambos do PSDB.


MUITO ESTRANHO  Claro que as pesquisas que rolam por aí devem ser vistas com cuidado, mas nem por isso deixam de sinalizar a tendência do eleitor. Mas em todas elas não há um só tucano pleiteando o Senado. De duas uma:  Não acertaram com os institutos de pesquisas ou o tucanato priorizará a reeleição do governador Reinaldo.


CRÍTICAS  ao Ministério Público não faltaram nos discursos em homenagem aos advogados na Assembleia Legislativa nesta última quinta feira.  Por iniciativa do deputado Lídio Lopes (PEN) o colunista, advogado desde 1972, foi agraciado com a ‘Medalha Jorge Antônio Siufi’. Festa bonita ao lado dos familiares, amigos e colegas. Valeu mesmo!


COXIM  Aos 62 anos de idade e com um marcapasso recentemente implantado,  o ex-vice governador Moacir Khól (PSB) ainda sonharia como qualquer mortal - com a volta ao poder. Mas além do tempo implacável, as circunstâncias são bem diferentes de 1989. O eleitor está cruel com tantas sacanagens, anda doidinho para se vingar! E aí...


A PROPÓSITO  Tenho ouvido no saguão da Assembleia Legislativa notícias sobre eventuais  ensaios de ex-poderosos para  o retorno a política. ‘Data Vênia’, esse pessoal precisa fazer a leitura correta da opinião pública em manifestações nas redes sociais e pesquisas. Às vezes seria mais prudente a troca do travesseiro ou até do colchão.


‘CABRESTO’  Tipo de voto em extinção. Sobrevive só nas relações do vereador das pequenas cidades  com seus eleitores. Essa proximidade ou visibilidade possibilita o atendimento aos favores e ‘mordidas’ no dia a dia. É neste filão que os candidatos de 2018  apostam, municiando os vereadores  que prometem transferir parte de seus votos.


VEREADOR  é sabido, mesmo no primeiro mandato, de pouca cultura, aprende rápido como funciona o jogo eleitoral. O problema é que ele costuma supervalorizar  seu potencial de votos. A realidade é bem assim na maioria das vezes: o número de votos que promete transferir é muito aquém daqueles votos que recebeu  para a vereança. É que o mandato também desgasta ao não cumprir as promessas.  


O DISTRITÃO ou Curralão que vem sendo anunciado para beneficiar os caciques dos grandes partidos, será um fator a valorizar o vereador. Em cada município  e distrito o vereador passará a exercer o papel de corretor, intermediando os votos  entre o eleitor e os candidatos a cargos proporcionais. Evidente, essa ‘missão’ não será gratuita, por simples simpatia ou amor ao partido. O jogo é pesado.  


QUEM PAGA?  Nossos abnegados candidatos terão R$3,6 bilhões pra torrar em 2018, ou seja 0,5% da receita líquida do Tesouro Nacional. Uma desculpa deles para não fazer esquemas ilegais. ‘Beleza’ mesmo é o sistema do  Distritão que só funciona na Jordânia, Afeganistão e Vanuatu. Enquanto isso os hospitais brasileiros vivem na miséria.


O AVISO do eleitor emputecido já ocorreu nas recentes eleições no Amazonas. 25% do eleitorado nem compareceu; 12% simplesmente anulou o voto e mais de 3% optou pelo voto em branco. Isso totaliza mais de 40%.  Vale também registrar os números do Instituto Paraná : 63% do eleitorado não pretende votar em quem já tem mandato.


O POLÍTICO profissional,  aquele que todo dia aparece na mídia, corre o risco de ser comparado ao personagem mau caráter, vilão de novela. Há estudo desta  associação no imaginário do público.  Aí vem a explicação lógica: ambos ( ator e político) entram em nossa sala todos os dias via televisão. Mocinhos e bandidos; às vezes difícil separá-los neste Brasil do ‘Vale Tudo’.


‘NOSSO AIRBUS’  Lembra do avião que pousou no Rio Hudson (USA) com as 155 pessoas salvas graças a perícia do comandante? Pois é. Fico questionando o quanto está difícil encontrar o ‘piloto’ confiável, com a competência exigida para nos  salvar  neste momento  turbulento. Teremos que optar pelo ‘comandante’ menos ruim? Minha geração está indo embora, sem esperança.


VIGILANTE  Não poderia ser diferente. O imbróglio da Santa Casa  atraiu a atenção do Ministério de Contas. Após decisão do Pleno do Tribunal de Contas do Estado  determinou-se inclusive a inspeção. Existem pontos controversos a ser esclarecidos a fim se evitar a repetição do caos.  Nestas horas há que se mesclar direito e bom senso.


INEVITÁVEL Em tempos de economia de mercado não há como conviver com os cartéis, entre eles de táxi. Contrariando a política ‘anti-UBER’ do PT, avança a CPI na Câmara Municipal da capital onde 14 pessoas já foram ouvidas. Insisto: 38 alvarás estão em poder de 4 pessoas de uma  família. E eu fico questionando:  será que os políticos petistas são ricos ou tem desconto no táxi?

 “No Brasil os cidadãos temem o futuro – já os políticos temem o passado”. ( Chico Anísio)

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