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Sem discurso MDB esconde André

06/09/2018 - 23h38

Manoel Afonso

NA POLE  A derrota nas eleições de 2014 não causou estragos no patrimônio eleitoral do ex-prefeito Nelson Trad (PTB). Pelas sondagens e pesquisas eleitorais é o favorito a conquistar uma cadeira no Senado, apoiando a reeleição do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) para a presidência da República  Como se diz: a colheita é proporcional ao plantio.


SOCORRO!  Como era previsto, os políticos do MDB ‘órfãos’ do ex-governador Puccinelli (MDB) com dificuldades para a eleição da Assembleia Legislativa. Numa análise inicial  tendo por critério as pesquisas e suas respectivas bases eleitorais, teriam  chances apenas Marcio Fernandes, Renato Câmara,  Eduardo Rocha e Paulo Duarte. Enfim, tudo vai depender da conjugação de uma série de fatores.


SUMIDA A senadora Simone Tebet (MDB) não tem dado a ar da graça nestas eleições. Pelo menos até aqui. Tudo bem que o Senado toma-lhe muito tempo, mas neste inferno astral onde o presidente do partido e seu padrinho ao Senado – André Puccinelli – continua na cadeia – esperava-se uma participação mais efetiva dela. Mas pergunto: qual seria o discurso dela? Ela tem noção do quadro. A política como ela é.


ESTRATÉGIA   Mudar o slogan de campanha, trocar as cores dos cartazes de propaganda e esconder ao máximo a figura do ex-governador Puccinelli é o eixo da campanha do candidato Jr. Mochi (MDB) até aqui. A julgar pelo que se vê e ouve junto a opinião pública, não tem produzido resultados satisfatórios, sob risco inclusive de ficar fora de eventual segundo turno. E convenhamos que a imagem do partido – como um todo (nacionalmente)  ficou horrorosa. ‘Nem com sangue de Jesús’ limpa.’  


E MAIS...  A situação segue igual na disputa pelas vagas na Câmara Federal. Até aqui apenas o deputado George Takimoto (MDB) teria chances ( sem garantias) de vitória. Já para o Senado o candidato a reeleição Moka (MDB) vem tendo um desempenho pouco convincente nas pesquisas e pelos números atuais perderia a  vaga para o candidato Zeca do PT. Evidente que o petista pode até ser condenado no julgamento do dia 16 de outubro no Tribunal de Justiça do Estado. Bem, mas isso é outra história. Como se diz: uma agonia por dia.


LAMENTOS &ARGUMENTOS  Percebi: nas cidades do interior os políticos alinhados ao ex-governador Puccinelli tentam passar à opinião pública uma versão mirabolante a respeito da sua prisão, atribuindo aos adversários a culpa. Em momento algum fazem referências aos motivos divulgados na mídia. Ora! Não se pode desprezar a evolução na informática com notícias e imagens  em tempo real nos celulares em todo o país. As porteiras dos currais eleitorais foram literalmente quebradas.


PESSOALIDADE  Não é fácil eleger um poste, como fez o ex-presidente Lula. Prestígio pessoal é algo de pele associado à personalidade do político que tem valor e um bom currículo.  Compare por exemplo o desempenho do candidato ao Senado Zeca do PT com o desempenho de seu candidato ao Governo Humberto Amaducci (PT). A distância dos números é muito grande e corrobora a tese de que a política exige luz própria.  Portanto, nem sempre se consegue ir no vácuo do outro candidato.


PROJEÇÕES  São os ecos de campanha que ressoam nas pesquisas eleitorais. Em 1989 o candidato Leonel Brizola (PDT) perdeu as estribeiras em Campo Grande com a saudosa jornalista Denise Abraham e o fato custou-lhe a eleição.  Em 2002 foi a vez do candidato ao Planalto  Ciro Gomes (PDT) que foi infeliz ao falar do papel de sua então companheiro Patrícia Pilar na campanha. Disse: “ Dormir comigo é um papel fundamental.”  Em uma semana despencou e ficou fora do segundo turno.


OS EXEMPLOS  acima são emblemáticos,  ocorreram em eleições presidenciais, mas outros fatos envolvendo políticos – candidatos ou apoiadores – podem alterar as previsões otimistas em início de campanha. E hoje, onde todo o cidadão municiado de um celular  é um repórter em potencial – nada escapa. Um sururu ou escândalo ocorrido  numa ponta de vila qualquer ou num distrito distante acaba virando notícia e sendo explorado politicamente.  Enfim, candidato não tem direito nem de reclamar do cachorro que atravessou a rua a sua frente. Sabe como é...


JUIZ ODILON  Seus partidários mais próximos apostam que o candidato do PDT vai concorrer no segundo turno contra o governador Reinaldo (PSDB).  Levando-se em conta o desempenho do candidato Mochi (MDB) até aqui efetivamente Odilon teria mesmo chances. A prisão do ex-governador André (MDB) de fato fortaleceu o discurso do juiz Odilon contra a corrupção, mas para ganhar uma eleição existem outros ingredientes imprescindíveis., tal qual o fermento na feitura do pão.


DESEMPENHO  Em 2014 a deputada Mara Caseiro (PSDB) obteve 23.532 votos espalhados por todos os municípios. Suas maiores votações: Eldorado 2.329 votos, Campo Grande 2.327, Mundo Novo 1.857,  Sete Quedas 1.436, Amambai 1.265, Itaquirai 1.185, Iguatemi 1.183,Paranhos 1.114, Bela Vista 858, Navirai 851, Batayporã 636, Chapadão do Sul 621,  Tacuru 527, Costa Rica 481, Bataguassu 396, Nova Andradina 345, Rio Brilhante 344, Corguinho 344, Bonito 299,Anaurilândia 298.


ANÁLISE  O leitor menos avisado poderia questionar: como uma candidata com base eleitoral na pequena Eldorado, onde foi prefeita, pode somar votos em regiões distantes? Explica-se pelo seu trabalho cuidando dos interesses destas cidades, suas relações com vereadores, prefeitos e lideranças, além de conseguir liberação de recursos estaduais e federais. Exige muita articulação e desprendimento do agente político. É assim que funciona para a maioria dos parlamentares vindos do interior.


‘PROIBITIVOS’   Assim eram vistos alguns temas perante a opinião pública. A questão do suicídio é um destes assuntos delicados que teimamos em ignorar  apesar das pesquisas, onde a média nacional é de 8,7% contra 13,3% aqui no Estado entre 2011 e 2016, com 62.840 suicidas no país. O deputado Fábio Trad (PSDB) acaba de apresentar  projeto interessante de prevenção ao suicídio e que deve receber adesão dos colegas independentemente de partido, porque a vida é superior a todas divergências.


BOLSONARO  Com o ex-presidente Lula (PT) fora da disputa, o deputado Jair Bolsonaro ( PSL) assume outro papel neste cenário eleitoral. As projeções indicam o confronto em desvantagem com Ciro Gomes (PDT) no segundo turno. Mas não há garantias de que as projeções ocorram sem mudanças. Bolsonaro tenta capitalizar toda a indignação contra a roubalheira, a insegurança e as injustiças. Isso pesa no imaginário popular de um povo com medo e com o saco cheio. Pergunte por exemplo a opinião de um ‘frentista’ de posto de gasolina.


MARINA SILVA  Lembra uma figura messiânica pregando o evangelho ou algo parecido. Faltaram apenas o bastão e o véu cobrindo a cabeça.  Sua imagem, sua voz não passam energia e nem animam. A candidata da Rede não falou a que veio e não tem propostas – apenas reflexões comuns. No fundo trata-se de uma petista sem espaço no PT.  Leva mais jeito para Maria Tereza de Calcutá ou Irmã Dulce.


PAULO CORREA  (PSDB) Chegou aos 39.540 votos em 2014 também votado em todas as cidades. Na capital foram 7.273 votos. Paranaíba 1.929, Miranda 1.802, Chapadão do Sul 1.549, Aral Moreira  1.536,  Cassilândia 1.256, Bonito 1.153, Caracol 1.080, Bataguassu 1.059, São Gabriel do Oeste 1.121,  Pedro Gomes 1.050,  Aparecida do Taboado 1.037, Inocência 960, Ponta Porã 959, Guia Lopes da Laguna 947, Rio Brilhante 840, Ribas do Rio Pardo 800, Iguatemi 717, Bela Vista 680.


AVE MARIA!  Quem diria! Depois que o presidente Michel Temer (MDB) postou nas redes sociais aquele discurso duro contra Geraldo Alckmin (PSDB) não se pode duvidar de mais nada nesta campanha que promete novos embates sensacionais. O eleitor de mediana inteligência já pode fazer uma previsão da guerra no final do primeiro turno e durante a campanha do 2º turno.  


RENATO CÂMARA (MDB) Totalizou 36.903 votos no pleito de 2014 e sua maior votação foi em Ivinhema onde foi prefeito. Foram 5.717 votos. Em seguida aparecem: Dourados 4.487, Nova Andradina 4.127, Campo Grande 3.328, Batayporã 1.138, Vicentina 902, Juti 888, Guia Lopes da Laguna 780, Anaurilândia 775, Angelica 747, Bela Vista714, Navirai 678, Deodápolis 684, Bonito 681, Bodoquena 574, Coronel Sapucaia 527, Porto Murtinho 479. O deputado foi votado em todas as cidades.


INDEPENDÊNCIA  Só recentemente consegui visitar o Museu do Ipiranga, realizando  um sonho de criança. Mas confesso que fiquei um tanto decepcionado com o acervo que considerei pobre do ponto de vista histórico. E neste momento de cobranças devido a tragédia do Museu Nacional no Rio de Janeiro, fico perguntando aos meus botões: qual o percentual de brasileiros que visitaram o Museu do Louvre em Paris – por  exemplo – também foram conhecer o nosso Museu do Ipiranga? Perguntar não ofende.


BAÚ FORENSE  Criada em 1915, a comarca de Ponta Porã  foi instalada em 13/06/1916, com jusrisdição em Sanga Puitã, Laguna Carapã, Antonio João e Aral Moreira.  Emílio Calhau – agente fiscal – teria sido em 1891 o primeiro  morador da sede do município. Elevado em 1900 a Distrito e 1912 a município. Com a criação do Território Federal de Ponta Porã a cidade foi capital do mesmo. Em 1968 o juiz titular daquela Comarca era Athayde Nery de Freitas.

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