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PMDB-PSDB, mais afinidades do que diferenças

24/03/2017 - 18h47

Manoel Afonso

O PODER vicia. Encontrei na Assembleia Legislativa com o ex-prefeito de Paranaíba ‘José Braquiária’(PDT). Pelas expressões usadas  ainda não se conforma com a perda do mandato em 2013 pela Justiça Eleitoral e com a posse de Diogo Tita (PPS) 2º colocado nas eleições.


CONTRADIÇÃO  Embora  ele tenha criticado os políticos em seu desabafo e dito que não pretende disputar outra eleição, continua filiado ao PDT. E minutos após  lá estava o  ex-prefeito sorridente numa self ao lado do deputado Beto Pereira (PSDB). Pois é, política só tem uma porta, da entrada.  


O EPISÓDIO  mostra o cenário das cidades interioranas, onde praticas políticas se repetem  às vezes  em prejuízo da comunidade ou de personagens de bom caráter e sem o perfil compatível. Imagino quantos perdedores existam sonhando com a revanche vitoriosa. Sonho que pode virar pesadelo.


EX-PREFEITOS  Deles ouço lamentos incríveis e narrativas carentes de modéstia, recheadas de críticas mordazes aos adversários. Mudam só os personagens para os quais sempre dou muita atenção, mas o eixo central do enredo é sempre o mesmo. E todos têm saudades do poder.


O PREÇO!  Concordo com as falas dos políticos e autoridades sobre a ‘Carne Fraca’, mas lembro: a imagem do brasileiro lá fora e sua mania de levar vantagem reforça a desconfiança. Os frigoríficos que exportam carne bovina, são os mesmos  que  esfolam o produtor com preços baixos na hora do abate. Seriam eles éticos na exportação?


CONCLUSÃO Ontem os pecuaristas  criticavam o monopólio do JBS ditando os preços, hoje viraram seus defensores. Ruim com ele, pior sem ele. Um país que espanta o mundo com escândalos diários, da corrupção à violência, corre o risco de  pagar pelo ‘conjunto da obra’ – ou a seja – a fama ruim que construiu lá fora.


PERALÁ!  O mundo precisa de proteína animal.  Perder 10% do mercado internacional  da carne é pouco. Ora! As empreiteiras perderam 100% d o mercado exterior e nem por isso vão quebrar.  E a gente tem que admitir:  existem ex-presidentes da Repúblicas de prontidão para fazer lobby  como  sempre. O pepino maior ficará é claro para o pecuarista. Lamentável.


CHICO MAIA  O ex-presidente da Acrissul agrada na analise do quadro decorrente da ‘Carne Fraca’. Foi assim também na Câmara Municipal da capital. Os vereadores João Rocha (PSDB) e Carlão (PSB)  por exemplo, lembravam : o fato do município de Campo Grande ter grande  parte de sua base territorial ocupada pela pecuária e a geração de empregos  diretos  da indústria frigorífica.  


PAULO DUARTE  Agradável. O ex-prefeito de Corumbá festejado  pela sua volta como assessor da presidência da Assembleia Legislativa para missões pontuais. A primeira: taxas cartorárias. O presidente Jr. Mochi (PMDB) elogiado pela nomeação à pedido do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e com as bençãos do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).


A NOTÍCIA  é emblemática pelas circunstâncias  e revela parte da costura política  alinhavada entre PMDB e PSDB. Paulo Duarte é do PDT, é peça chave nas eleições de 2018 na região corumbaense. Fiscal de rendas do Estado, sua cedência ao legislativo é um gesto de boa vontade do governador Reinaldo. Entendeu?


NA POLÍTICA às vezes as aparências enganam.  Com a derrocada do PT, PMDB e PSDB vão revendo objetivos para 2018. O deputado estadual JR. Mochi – fiel escudeiro do ex-governador André,  tem tido papel importante nas interlocuções, aparando arestas e acomodando interesses. Ganha musculatura no PMDB e no próprio contexto estadual.


A RECEITA  da sobrevivência e ascensão política  começa pela atuação  no partido , depois pela capacidade de articulação junto  a outros grupos . A postura de Jr. Mochi  leva-o a um patamar diferenciado, ajudando na governabilidade e criando clima para a reaproximação de André e Reinaldo  inclusive.  Há quem sustente;  as identidades entre esses dois líderes  são maiores que as divergências.


OUTRO FATO  relevante é nomeação de Alessandro Menezes de Souza para a chefiar a articulação política no lugar de Sergio de Paula.  Na sua biografia: foi assessor do ex-deputado federal Edson Giroto (PR), ex-presidente regional do Solidariedade sob influência de Puccinelli e participou da gestão de Gilmar Olarte (PP) na prefeitura da nossa capital. É mais uma peça a compor esse ‘quebra cabeça’ político.


GOVERNO  Enfrenta dificuldades pontuais mas  sem perder o equilíbrio.  Após a Reforma Administrativa quer aprovar o ‘teto dos gastos’ .  Essa questão da queda do ICMS-Petrobrás é outro desafio, seguido pelas reivindicações salariais. Deve pesar  a capacidade de articulação política junto ao Governo Federal para obter ajuda e algumas concessões. Neste ponto, toda a bancada federal já percebeu: a união será decisiva.


SURPRESAS   acontecem na política. No pleito de 2014 houve a aproximação entre Reinaldo e o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT). Poderiam até ter caminhado juntos, mas deu no que deu. Quem analisar o contexto nacional e  o quadro político e econômico do Estado,  admitirá: há um terreno fértil para se negociar e transigir.


A FUNÇÃO  do jornalista não é apenas escrever a notícia. Vai além; fazendo a leitura  do presente sem esquecer o passado, adicionando conhecimento dos personagens e as previsões possíveis. Esse conjunto de fatores ajuda a passar ao leitor a análise do que ocorre não só a céu aberto, como nos bastidores. É o velho jogo do poder.


PERFIL  Com 2.930 votos o pastor Geremias se elegeu vereador na capital pelo PT do B, numa coligação inteligente com o DEM e PHS. Aos 47 anos, tendo cursado o Ensino Médio, tem boa visão social da comunidade periférica principalmente.  Equilibrado, está  consciente da responsabilidade e não abre mão de uma boa assessoria técnica. Certo ele.


APOSENTADORIA   Que tal rever ou pelo menos publicar  os valores das aposentadorias dos nossos políticos? Não são poucos aqueles que recebem várias delas.  Nessas horas em que se discute o delicado problema, não ouvi uma só referência sobre isso. O preclaro deputado federal Carlos Marun (PMDB) não tocou na ferida. Entendi.


CRISE  O Governo anuncia festivamente que a inflação caiu. Mas esquece de dizer que essa é pior recessão vivida.  O dinheiro sumiu. Há gente com saudade daquele período de inflação do presidente Sarney onde pelo menos havia dinheiro girando na praça. Nossos economistas com suas teses mirabolantes não vão ao supermercado.


PONTO FINAL   Campanha eleitoral antecipada não é crime? Só o Tribunal Superior Eleitoral não viu.  Quem pagou o palco gigantesco que abrigou Lula e Dilma no comício sobre a transposição do São Francisco? Quem pagou a viagem de ambos naquele jatinho até o nordeste? Quem pagou o show do cantor Chico Cesar?


“Abra os olhos para o poder dos Incentivos Fiscais. Bem incentivado, todo fiscal fecha os olhos”  (Fraga)

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