Eu vi um homem com vontade de aprender. Atentamente, ele ouviu discursos literários.
Dissecou Fiorin e Bakhtin, construiu e reconstrui conceitos.
O seu olhar, entrecortado pela língua, pela ideologia, polifonia, vozes, discursos e sujeito.
A sua postura,datada, de um homem cansado, com a barba reveladora sobre a sua incansável busca pelo saber, traduz a sua informalidade e entrega para a vida....
No meio da tarde, o homem aprendiz sorria com expressão afetuosa, com a narrativa de uma literatura infantil.
O poder da infância invadiu a sisudez da tarde e o homem mudou a postura, o semblante e sua face iluminou-se.
A memória acionada pelas criancices banhou todo o humanismo do homem/aluno e ele esboçou sorrisos.
Toda tarde ganhou fábulas, contos, recortados entre personagens e o mundo real.
O homem aprendiz foi além das formulações e reformulações literárias infantis, além da fonética, além de paralelos utilizados para a linguagem da infância. Ele se fez menino, adquiriu jeito e cara de menino, menino de barba.
Ouviu teorias, soberanias acadêmicas e permaneceu menino!
Viva a meninice!